terça-feira, 30 de junho de 2009

Pela madrugada



Estive recentemente num “resort” daqueles com praia própria, palmeiras e tal.
A praia até é grande o suficiente para não estarmos em cima uns dos outros mas a raça humana tem uma fascinante capacidade para complicar o que é simples.
Existem vários "chapéus" feitos com madeira e canas, que proporcionam sombra, bem como muitas palmeiras. Seriam perfeitamente suficientes para os frequentadores, até porque muitos como eu, não se importam de ficar ao sol, não fosse a irritante mania que muitos têm de "guardar o lugar".
O resultado é uma praia com cerca de 80% das cadeiras ocupadas com toalhas e destas, menos de metade com pessoas em cima das mesmas. Algumas ficavam vazias praticamente o dia todo, valentemente defendendo o território conquistado pelo seu dono.
O curioso é que não se trata apenas de falta de civismo, mas também de ignorar completamente as placas que proíbem exactamente que se reservem lugares.
Como é óbvio, isto resulta em situações caricatas, em que pessoas de diferentes nacionalidades discutem cada uma na sua língua, tentando entender-se no meio de muita gesticulação envolvendo toalhas, relógios, mochilas e os ditos "chapéus".
Apercebi-me mais tarde que havia dois tipos de reserva: A reserva de um dia para o outro e a reserva ao nascer do sol.
De facto, enquanto uns deixam as toalhas a marcar o lugar durante a noite (as toalhas são do hotel), outros dão-se ao trabalho de se levantar pelas 5 da manhã para ir à praia deixar a toalha, voltando novamente para o quarto…
Nunca presenciei este cenário pois estava ocupado a dormir, mas deve ser engraçado ver um exército ensonado de zombies, cambaleando em direcção à praia com as toalhas ao ombro, resmungando palavras entremeladas ao ver que os melhores lugares já estavam ocupados.
É preciso ter cuidado. Estas pessoas votam!