quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Acidente? Qual acidente?!



Estou cá desconfiado que os elementos equipa de investigação ao acidente na linha do Tua estudaram na mesma escola dos que investigaram a concertação de preços entre as gasolineiras.
Tal como os segundos apresentam, contra as expectativas do zé-povinho, a conclusão de que afinal não há nada de errado nem no comboio, nem na linha.
Confesso que, na minha ignorância, cheguei a pensar que o facto de uma criança conseguir retirar os parafusos que prendem os carris às travessas, não seria algo normal, mas parece que afinal é.
Quem o diz são especialistas no assunto, técnicos disto e daquilo, que com certeza sabem do que falam. Eu é que sou estúpido.
Nem me admirava que no relatório final chegassem à conclusão que afinal não houve acidente. O que, desculpem lá se estiver outra vez a dizer asneiras, não era de todo ilógico pois se para todo o efeito tem de haver uma causa, se aqui não houve causa é porque também não houve efeito.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Esta mulher está senil



Leonor Pinhão, autora de enormes "pérolas" jornalísticas, conseguiu ainda assim surpreender com esta frase no "Correio da Manhã": "As vantagens de Évora e Obikwelu são serem 'menos' portugueses. Que venha a geração futura dos luso-eslavos e verão como é verdade"...
Para os mais distraídos, Nelson Évora é de origem Cabo-Verdiana e Francis Obikwelu é um Nigeriano com nacionalidade portuguesa.
Não querendo entrar pelo lado xenófobo que isto revela para com os "portugas", não consigo deixar de pensar como foi possível que os "tugas" Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro, Vanessa Fernandes e Luís Figo conseguissem fazer as suas carreiras. Deve ter sido complicado com todo aquele sangue luso a correr nas veias.
Por outro lado conseguimos agora perceber que a Naide Gomes, natural de S. Tomé e Príncipe, falhou na sua prova porque certamente se esqueceu da sua parte não portuguesa em casa.
Espero então que as novas gerações de luso-qualquer-coisa cheguem depressa, não só ao desporto, como ao mundo dos jornalistas-comentadores.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Há profissionais e há curiosos



A profissional Vanessa Fernandes conseguiu esta madrugada a primeira medalha olímpica para Portugal, e ao contrário de Marco Fortes, nosso representante no lançamento do peso, não pareceu sentir-se incomodada por a prova se disputar durante a manhã. Para ele a medalha de ouro na competição paralela para "curiosos".
Na lista de “curiosos” desta delegação, a medalha de prata vai para o atleta Arnaldo Abrantes que "bloqueou" quando viu o estádio cheio. Os responsáveis ainda tentaram evacuar o estádio para que ele se sentisse mais à-vontade, mas não foi possível.
Finalmente a medalha de bronze vai para a atleta Vânia Silva, nossa representante no lançamento do martelo, que depois de ser eliminada comentou que "não é muito dada a este tipo de competições"...
A cerimónia de entrega de medalhas será realizada depois do final dos jogos, para que o estádio esteja vazio, durante a tarde porque o Marco Fortes de manhã só "está bem é na caminha" e num pódio com o qual esperemos que a Vânia Silva se dê bem...
Alheio a tudo isto, o também profissional atleta jamaicano Usain Bolt ganhou a final dos 100m, a correr de lado, cerca de 2 metros à frente dos restantes concorrentes. Numa corrida que ficará para a história, limitaram-se tal como o Coiote, a vê-lo fugir. E olhem que eles não eram só "curiosos".

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

A verdadeira pobreza



Uma menina arrasta-se na direcção de um campo de alimentação montado pelas Nações Unidas no Sudão. Um abutre pousado a poucos metros espera que a natureza lhe sirva a refeição.
Kevin Carter, fotógrafo profissional a quem pagavam para retratar a miséria humana, ainda aguardou durante vinte minutos que o abutre abrisse as asas para que a foto tivesse outro impacto, mas acabou por desistir, sentando-se debaixo de uma árvore onde se limitou a chorar enquanto a criança continuava penosamente a sua caminhada.
Passados 18 meses e depois de ter ganho o Prémio Pulitzer com esta fotografia, Kevin Carter suicidou-se, consumido pelo sentimento de culpa por não ter ajudado aquela menina.
Caso o esteja a condenar por não ter feito nada, pense antes no pouco que todos nós fazemos...

Ideias luminosas



Já quando do tiroteio no bairro social da quinta da fonte achei disparatado que viessem dizer que havia ali um problema de integração social.
Que sinal maior de integração social pode haver do que o que foi dado pelas famílias que de lá saíram?
Como a maioria dos portugas, aproveitaram para pedir umas casitas novas e até fizeram manifestações. E quando aquela rapaziada se queixa de insegurança, pedindo a intervenção da policia e do governo é porque estão plenamente integrados.
Isto foi agora confirmado pela "chico-espertisse" de trocar de BI com o irmão para enganar o tribunal, aproveitando para fugir enquanto a malta estava distraída a acusar a polícia de violência excessiva. Afinal ele só estava, como qualquer portuga, a tentar que o filho seguisse a mesma "profissão" do pai.
É uma malta muito desenrascada e que sabendo aproveitar as oportunidades não vão deixar escapar a ocasião de entrar por uma nova via de negócio com esta novidade dos vales para comprar lâmpadas económicas que brevemente iremos poder adquirir por um preço simbólico àqueles rapazitos que por ai andam a vender pensos rápidos.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Amigos virtuais



Esta moda dos amigos virtuais é algo que me transcende. Deve ser da idade.
Não consigo deixar de achar estranho quando me aparece um convite virtual de amizade, enviado por alguém que eu não conheço de lado nenhum ou que até conheço mas que não faz parte, digamos, das pessoas que considero realmente como amigos.
Sinal dos tempos, as coisas acontecem muito rápido, passando por cima de qualquer "preliminar" onde basear a amizade e partindo logo para a amizade estabelecida.
E depois ficamos um pouco "entre a espada e a parede". Se aceitamos lá ficamos com um lista enorme de amizades, onde se confundem desconhecidos, conhecidos e amigos mais "reais". Se recusamos, estamos logo à partida a hostilizar alguém que não conhecendo também não temos razões para não querer conhecer ou alguém que conhecemos e que não temos qualquer motivo para não conhecer melhor.
Eu, como no fundo sou um sentimental, acabo sempre por aceitar, com relutância quando se trata de amigos, com gosto quando se trata de amigas.
No entanto todos temos padrões mínimos que devemos preservar. E foi por isso que um destes dias recusei um convite de um jovem do sexo masculino que tinha o seu perfil no Hi5 preenchido com fotografias da sua própria boca!!! O que posso dizer mais?

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Como nos filmes



Fiquei ontem preso à televisão na expectativa de ver o desfecho do assalto ao BES em Lisboa.
Não que me faça qualquer espécie que assaltem Bancos, visto que eles também me assaltam a carteira todos os meses, mas porque fizeram reféns, o que como sabemos pelo filmes, dá sempre mau resultado.
A questão estava em perceber até que ponto as nossas forças de segurança estão preparadas para este tipo de situações...
E não é que estão! Isto foi quase tão surpreendente como verificar a semelhança entre as imagens que estava a ver e as que já vi em dezenas de filmes de acção.
Só ainda não percebi se é a ficção que está a imitar bem a realidade ou se é a realidade que está a imitar cada vez mais a ficção.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Gostava de ser autónomo



Ontem, quando todos esperavam algo bombástico como por exemplo uma declaração de guerra à Espanha para reavermos Olivença, Cavaco Silva espetou uma brutal seca aos portugueses falando da autonomia dos Açores.
Apesar do choque de saber que este é um assunto que preocupa mais o Presidente da Republica do que os problemas que preocupam a maioria dos cidadãos, ainda tentei perceber melhor o que é na prática isso da autonomia…
Não consegui! Aquilo parecia uma aula de direito constitucional e fiquei basicamente na mesma.
Felizmente, logo a seguir surgiu nem mais nem menos que Alberto João Jardim, a “trocar por miúdos” o assunto, anunciando que estava farto de ser gozado pela “GOLP” e que tinha decretado o fim da liberalização do preço do combustível passando a fixá-lo por portaria.
Fiquei assim a perceber muito melhor o que é isso da autonomia regional e por momentos quase desejei não viver no continente.