
Felizmente o Natal já passou. Estava a ficar com medo de sair à rua. Não há altura do ano pior para sair de casa do que esta.
Primeiro porque os assaltos a residências aumentam exponencialmente, pelo que é conveniente ter sempre a caçadeira carregada atrás da porta e dormir com um olho aberto.
Em segundo, porque um destes dias desloquei-me a um centro comercial e antes de chegar a meio do caminho para a loja onde ia, fui abordado por mais de 14 meninas daquelas associações e instituições que nascem como cogumelos a pedir dinheiro para ajudar ou os pobres ou os velhos ou as crianças ou os doentes ou os animais ou outro qualquer grupo a quem o governo não dê subsídios ou injecções de capital, com o dinheiro dos meus impostos.
Aliás, com tanta instituição a ajudar tanta gente eu tenho agora a certeza que tenho mesmo azar não calhar nenhuma que me ajude a mim. Dava jeito se me ajudassem a ter dinheiro para dar a tanta gente que anda a pedir. E já agora se me quiserem ajudar a pagar as minhas contas eu também agradeço.
Depois não admira que as lojas depois do Natal façam saldos. Eles sabem bem que depois de termos contribuído para todas os peditórios que nos apareceram, se tivermos dinheiro para comprar umas ceroulas por 49 cêntimos já não é mau.
Já não há pachorra. É o ano todo a espantar os gajos dos “citibank's”, arrumadores de automóveis, ciganas com putos ranhosos ao colo, etc., já que o raio dos impostos não os consigo evitar, e ainda levamos com este exército de pedintes natalícios. Ainda eles não abriram a boca e já e estou a dizer "não quero!" com o ar mais antipático possível para tentar desencorajar à partida qualquer tentativa de insistência. Quando insistem, chego mesmo a rosnar, o que os põe logo a recuar com aquele ar de quem está a demasiado próximo de um louco perigoso. Mas não consigo evitar. Ganhei este vício desde que soube quanto ganhava a ex-porteira da discoteca Frágil, enquanto dirigente da Abraço.







































